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sábado, 7 de janeiro de 2012

Como Tudo Começou: Descobrindo a Novidade

Apesar de hoje ser dia 07/01/12, farei uma pequena retrospectiva de todo o processo pré-gestação e dos dias anteriores a hoje, para que nada fique faltando neste blog. Tudo que eu escrever aqui será com o intuito de detalhar as emoções, sensações e "chateações" da gestação, sem floreios ou clichês, exatamente como ela é.

Casei em outubro de 2008 com Reuel, o amor da minha vida. Nosso casamento foi lindo, planejado por nós com muito carinho e empenho, nos mínimos detalhes. No início, não foi o mar de rosas que muitas pessoas alegam viver assim que casam. Demorei a me adaptar à nova vida, chorei, sofri, sentia muita saudade da minha família e da vida de solteira sob os cuidados de meus pais. O tempo passou, as coisas melhoraram, consegui amadurecer e entender que essa era a vida que eu mesma escolhi e que, para ser feliz nela, eu precisava me desligar do passado. Gradativamente, fui superando, e conseguimos equilibrar nosso casamento e viver uma vida harmônica e tranquila. Foi aí que nasceu aquela vontadezinha bem lá no fundo: um filho.

Jamais fui do tipo de mulher cujo maior sonho é ser mãe, eu tinha outros desejos mais urgentes, confesso que nem pensava tanto nisso até um tempo atrás, mas meu amor pelas crianças é inegável, elas gostam de mim gratuitamente e é totalmente recíproco. Sempre me achei imatura e despreparada para a maternidade. Sou desorganizada, preguiçosa, dorminhoca, um pouco egoísta até, como poderia encarar a responsabilidade de cuidar de uma criança? Acordar de madrugada, dar de mamar, trocar fraldas, abrir mão de passeios e viagens com os amigos... O medo falava mais alto!

No início de 2011, parei de tomar remédio, pois o contraceptivo que eu usava não estava mais disponível em nenhuma farmácia. Nesse meio tempo, resolvi "dar um tempo" nos anticoncepcionais e aí, se viesse um baby, ok. Não foi algo do tipo "eu quero e preciso ser mãe agora", foi mais para "vou deixar rolar, o que acontecer será a vontade de Deus". Não estava tão preocupada com isso. Fui à médica, falei para ela que estava me abrindo para a possibilidade de ser mãe, ela pediu exames. Fiz a ultra transvaginal e, para minha surpresa, veio a notícia: "Você tem ovários policísticos e, provavelmente, não conseguirá engravidar sem fazer um tratamento hormonal. Você pdoe ficar 6 meses tomando o Giane (anticoncepcional indicado para tratar esse problema), ou pode procurar uma clínica de fertilidade para induzir à ovulação". Foi nesse momento, mediante esse laudo pessimista, que vi o quanto ser mãe era importante para mim!

Fiquei triste, até dramatizei a situação (mulher rs). Meu esposo, tranquilo, falou que tinha certeza que eu engravidaria sem problemas, quando tivesse que acontecer. Mas me deu muito medo no início, porém com o passar dos meses fui abstraindo e passei a ter também a certeza de que uma hora ia acontecer naturalmente.

Procurei uma endocrinologista para buscar uma outra opinião e novas saídas para meu problema, então ela me passou o medicamento Metformina, indicado para o tratamento de ovários policísticos leves, entre outras indicações. É um medicamento de efeito suave, nada tão radical quanto tomar hormônios (isso eu não queria, por medo de engordar mais do que já estava), mas a longo prazo poderia trazer melhoras. Comecei a tomar esse medicamento em agosto de 2012. Quatro meses se passaram, e eu nem pensava mais nesse assunto. Nesse período, tentei emagrecer com a ajuda dessa endócrino, pois estava em torno de 10kg acima do peso e só queria engravidar quando conseguisse voltar à casa dos 58kg, para que a recuperação do meu corpo após o parto fosse rápida. Dietas, academia, remédios naturais para driblar a fome. Consegui entrar em dezembro com 3kg a menos, para mim era um grande êxito.

Em meados de dezembro de 2011, comecei a ter vertigens, dores de cabeça e mal estar, associados a um cansaço absurdo. Uma espécie de tontura rápida, sensação de estar caindo ou então de que tudo ao meu redor estava se movendo. É bem rápido, coisa de fração de segundos, mas acontece o tempo todo, principalmente após as refeições ou quando estou há muito tempo sem comer. Para ser sincera, não achei que era sintoma de gravidez, pensei logo em uma doença. Eita pessimismo! rs

Passaram as festas de final de ano, eu comendo igual uma leoa, o que para mim era normal, já que sempre que saía da dieta voltava a comer com força total e engordava tudo de novo. Engordei. No meu aniversário de 27 anos (27/12), percebi o quanto tinha engordado com as comidas natalinas. Seios inchados, toda inchada. "TPM", pensei eu. Já que meu ciclo era todo irregular, minhas TPMs vinham em momentos inesperados e duravam mais que o normal ultimamente. Surgiu a suspeita de gravidez, mas eu já tinha tido tantos alarmes falsos com meus atrasos menstruais (ocasionados pelos ovários policísticos), que não levei a sério essa hipótese.

No dia 30/12, uma sexta-feira, eu e meu esposo fomos a Teresópolis com uns amigos nossos, comer comida mineira na serra. Nossa, como eu comi! E as tonturas cada vez mais fortes... Após o almoço, empanzinada, veio um enjôo forte. Corri para o banheiro. Já sabem o que aconteceu né? Fiquei preocupada e passei a cogitar gravidez mesmo, mas com ressalvas.

No dia seguinte, 31/12, fomos ao shopping comprar uma roupa para meu marido. Lá, resolvemos comprar um teste de farmácia. Fui até o banheiro e fiz. Resultado: NEGATIVO. Por um lado, fiquei aliviada pq tinha medo da idéia (rs), por outro, preocupada com minha saúde. Se não era gravidez, o que eu tinha??

Festa de ano novo, meu vestido ficou super apertado. Fiquei horrorizada, o vestido tinha sido comprado no início de dezembro, como assim?!?! Ok, dei um jeito e usei assim mesmo. Na festa, senti muito sono, cansaço, estava doida para ir pra casa, nem parecia eu. Para falar a verdade, nas últimas semanas eu estava com um sono incontrolável a partir das 20h, era quase impossível conseguir ficar acordada. Sempre fui noturna, caramba! Que cansaço é esse?

No dia 01/01/12, após o culto, pedi ao Reuel que fôssemos ao médico, pois as tonturas estavam persistentes e, já que eu não estava grávida, precisaria descobrir o que era. Na verdade eu já tinha feito meu próprio diagnóstico: fígado (santo Dr. Google! rs). Cheguei no médico do pronto atendimento, um rapaz mto jovem, contei os sintomas e ele falou: "Seus sintomas indicam um quadro de labirintite". Perguntei se poderia ser fígado, ele disse que era pouco provável. Meu esposo interrompeu: "Não seria gravidez, doutor?" O médico, meio sem graça, elogiou o palpite e falou que poderia ser sim, me passou um remédio para as tonturas, além de um pedido de teste de gravidez, orientando-me a só tomar o remédio se o resultado fosse negativo.

No dia 02 estive muito enrolada e não fui fazer o exame. Dia 03/01/12, por volta das 15h, fui ao Sérgio Franco, coletei sangue e a partir da 17h passei a entrar no site de 5 em 5min esperando o resultado sair! rs E nada... Fiquei nisso até umas 20h, quando finalmente o resultado ficou verdinho, ou seja, disponível para visualização. Abri aquele PDF com o coração na mão e o resultado foi:


Coração acelerado, mãos trêmulas, que sensação maluca de pânico e felicidade!!! Não chorei, mas eu ria compulsivamente. Liguei para minha mãe, sogra, cunhadas, melhor amiga... Uma euforia gostosa!

E assim começou minha aventura rumo ao desconhecido mundo da maternidade, e neste espaço quero deixar registradas todas as minhas memórias, para que um dia meu filho leia e veja o quanto sua chegada mudou minha vida. Com certeza, para melhor.

Te amo meu filho, e agradeço a Deus por ter plantado você dentro de mim, para mudar minha vida e me ajudar a crescer mais e mais como mulher, esposa, ser humano e serva de Deus. Que sua vida seja na minha vida a maior e melhor experiência que eu venha a a ter neste mundo, e que eu seja para você não só sua mãe, mas sua protetora, amiga, ensinadora e companheira de todos os momentos. Que nossa relação seja profunda e sincera, sem segredos ou mentiras. Haja o que houver, vou te amar, pois você vai me ensinar o que é amor incondicional. Seus pais te amam e te desejam muito!

Um comentário:

  1. Debby, antes da Rafa tb demorei pra engravidar, mesmo quadro que o seu: ovários policísticos, e ai mais uma vez eu demorei pra descobrir que estava grávida, pois meus ciclos eram muito irregulares, estava com quase 3 meses e na gravidez não senti simplesmente nada neste primeiros meses, somente 1 semana antes de descobrir que senti uma vontade louca de comer quiabo e sentia nojo do cheiro de uma cachorrinha minha, ai minha mãe me deu um toque q deveria ser gravidez, pois ninguém sente vontade de comer quiabo (kkkkkk), e realmente era... rs
    A vida realmente muda, as vezes a casa parece virar de cabeças pro alto, mas tudo é compensador quando se vê o sorriso do nosso filho. Ah sim, quanto a sair e viajar, te confesso que com a Rafa não deixei de fazer nada, viagens nacionais foram super tranquilas, apenas quando a levamos para o Chile que deu um pouco mais de trabalho, mas ai acho que foi por ser mais longe e por ter ido pra uma cultura diferente da nossa... Bom, e sem dizer que quando se tem família por perto as coisas ficam bem mais fáceis tb ...
    Q Deus abençoe seu bebê!
    Bjksss

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