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domingo, 26 de agosto de 2012

Gravidez Como Ela é: Conclusões Finais

Olá!

Gestação no finalzinho - 38 semanas segundo a primeira ultra ou 39 segundo as últimas - cá estou eu para fazer uma perspectiva geral desses últimos 9 meses da minha vida. Como me propus a fazer desde o início, sou a favor da sinceridade total, sem clichês. Muitas vezes, eles se tornaram inevitáveis e até apareceram por aqui, confesso, mas eu tentei ser o mais transparente possível sobre minhas sensações, fossem elas boas ou ruins, sem me importar muito se eu pareceria uma anomalia da natureza por não dizer as belas coisas que as gestantes por aí costumam dizer.

Sendo assim, preparei duas listas de descobertas e constatações que fiz durante a gestação, e vou dividi-las em DESCOBERTAS FANTÁSTICA e DESCOBERTAS NÃO TÃO LEGAIS. Destaco que são as minhas verdades, baseadas na minha experiência pessoal com esta gestação. Numa próxima, sei que posso ter sensações diferentes, quem sabe?

Vamos lá?

DESCOBERTAS NÃO TÃO LEGAIS:

- O mero resultado positivo no exame não faz com que você morra de amores pelo bebê que espera, esse sentimento é construído com o tempo e, no início, pode gerar em você uma grande frustração por se cobrar demais e se basear no que outras pessoas dizem que sentem (se é que sentem).

- As variações de humor são tipo uma TPM elevada à enésima potência, você chora por qualquer motivo, se ofende com qualquer comentário, se emociona com coisas idiotas e depois nem entende porque agiu assim.

- Não importa a quantidade de cremes que você use nem o preço deles, se você tiver que ter estrias, simplesmente terá e não há nada a ser feito sobre isso. Apenas aceite. Se não quer tê-las sob hipótese ALGUMA, não engravide. O risco é real e vc precisa corrê-lo se realmente quiser um filho.

- A azia da gravidez é mil vezes pior do que qualquer azia que você já tenha sentido antes, pior do que você imaginava antes de ficar grávida. É torturante! Ainda bem que senti em pouquíssimos momentos. Será que Lara será careca?! hehe

- A gente sente muito sono, mas não consegue nunca mais dormir como dormíamos antes: ansiedade, mal estar, dor nas costas, falta de posição com o barrigão, etc, são apenas alguns dos fatores que justificam essa verdade. O sono fica leve e interrompido. O lado bom é que quando o bebê chegar, o choque não vai ser tão grande.

- Não, você não vai ficar mais bonita grávida. Vai ficar gorda e meio largada, pois suas lindas roupas não caberão mais e você vai usar qualquer trapo para não sair nua de casa. E nem vai ligar pra isso. (quem me conhece, sabe a gravidade dessa constatação! rs)

- O nariz fica terrivelmente batatudo, dá desgosto de olhar nas fotos.

- Grávida não sente frio, nunca, jamais, em hipótese alguma! rs É calor e suadeira constantes, ainda bem que não peguei o verão, UFA, odeio calorrrr!

- Chega uma fase que dá preguiça de fazer tudo, sair de casa vira um suplício porque a gente nunca sabe o que vestir, e até vestir uma roupa faz com que seus quadris e costas doam terrivelmente.

- Depois de 4 ou 5 meses você não consegue mais vestir a calcinha em pé.

- Vestir calças e bermudas se torna um ritual muito lento, que também só pode ser feito sentada.

- Você não vai mais conseguir calçar sandália sozinha, somente sapatos de encaixar o pé, sem fivelas para serem fechadas.

- Você não vai mais conseguir lavar seus pés com as mãos, apenas esfregando um no outro.

- Depois de 5 ou 6 meses, você não enxerga mais suas partes íntimas, e essa sensação é no mínimo inusitada, pois se quiser ver como andam as coisas por lá vai precisar de um espelhinho.

- A vontade de fazer xixi aumenta demais desde o inicio e no final se torna um problema sério, pois despertar de madrugada para isso por volta de 4 ou 5 vezes não é nada agradável, ainda mais quando levantar da cama é um suplício com todo o peso extra e coluna detonada.

- No final da gestação estou sentindo MUITA sede, o que agrava bastante o ponto anterior.

DESCOBERTAS FANTÁSTICAS:

- Por mais que você tenha morrido de medo do parto durante toda a sua vida, depois que se descobre grávida ele simplesmente desaparece, na verdade a gente quase nem pensa nisso. Estranho! (Surgem outros medos, mais ligados à mudança de vida, questões emocionais, etc, mas o medo da dor do parto desapareceu).

- A gente fica mais apaixonada pelo marido. Pode ser psicológico ou hormonal, não sei, mas é muito bom!

- O casamento melhora, como consequência do ponto anterior.

- A libido aumenta e a vida sexual melhora demais, embora eu saiba que muitas gestantes vivem o oposto. Mas estou falando do meu caso, cada experiência é única, repito. A barriga atrapalha bastante no final, mas ainda assim a gravidez pra mim foi um ponto muito positivo nesse quesito.

- A ligação com nossa mãe fica mais forte e profunda. O amor por ela cresce e a gente para de se irritar com as coisinhas que ela faz, tudo se torna justificável quando pensamos (e sentimos!) o que ela passou por nossa causa.

- Você passa a valorizar mais sua casa, seu cantinho, seu sossego, é incrível o quanto estou caseira e tranquila, pareço outra pessoa, e estou adorando me sentir assim.

- Seus amigos vão te paparicar como nunca, suas comilanças nunca vão pegar mal e você vai ser o centro das atenções. Adoro isso! =P

- Toda hora alguém vai te ligar ou deixar um recadinho no Facebook perguntando como vc e o bebê estão, e isso faz a gente se sentir querida.

- Não param de chegar presentinhos para o bebê, e nessa fase é o que a gente mais gosta de ganhar, pois é menos um item para ser comprado, já que a grana fica curta mesmo com tantos preparativos.

- Depois que você se conforma com as mudanças no corpo e as aceita como uma fase (embora algumas coisas mudem para sempre, eu sei), sente o maior o orgulho de desfilar por aí com barrigão. É bem legal!

- O vínculo com o bebê cresce no decorrer do tempo e você se apega cada vez mais a esse pequeno ser que ainda nem conhece. (OBS.: Mas, no meu caso, posso dizer que o amor materno que tanto falam ainda não sei o que é, creio que só saberei quando vir o rostinho da Lara pela primeira vez, ou quem sabe pela segunda, terceira... rs Minha mãe diz que foi assim quando meu irmão mais novo nasceu, e pelo que eu li é super normal, as pessoas é que ficam enfiando na nossa cabeça que tem que ser como numa cena romântica de filme: pariu e pronto, a mamãe já está enferma e enlouquecida de amor pelo seu rebento! Ah vá, nem sempre é assim, o amor pode ser uma construção, mas não há dúvidas de que você amará seu bebê mais do que tudo no mundo.)

- Você fica feliz quando sente uma contração e acha que pode ter chegado a hora do nascimento. Chega a sorrir com a dor. Bizarro né?

- Fica triste quando vê que a contração não foi nada demais, só uma preparação do corpo.

- Começa a prestar atenção em coisas que nunca tinha percebido, tipo: tem uma loja de bebê no terceiro piso do shopping que costuma frequentar, está lá há 10 anos, e vc nunca tinha reparado. Quando percebe, dá uma sensação boa, de estar aprendendo a ser mãe naturalmente.

- O amadurecimento vem de uma forma assustadora durante a gestação, seus sentimentos e reações mudam espantosamente, vem uma serenidade nova, muita força de vontade para superar as dificuldades da vida, tudo por saber que há uma pessoa dentro de você que não pediu para vir ao mundo e que dependerá muito da sua luta para se sentir protegida e ter um futuro feliz. Criar bem seu filho é a melhor contribuição que você pode dar para que o mundo seja um lugar melhor.

Bem gente, sei que esse post ainda será bastante editado, pois volta e meia me lembrarei de algo e virei aqui incluir, mas no geral é isso aí mesmo que eu vivenciei e descobri. A gravidez não é um momento só de alegrias como alguns dizem, nem uma tragédia total como já vi outras mulheres relatarem. É uma fase da vida que, assim como qualquer outra, é composta por momentos bons e ruins, descobertas positivas e negativas, e justamente por isso é algo tão enriquecedor e único na vida de uma mulher e um casal. Será que eu viveria tudo isso novamente? Sinceramente, às vezes penso que sim, às vezes nas horas de sufoco eu digo para mim mesma "nunca mais quero filhos!" haha, mas sei que as conclusões reais só terei quando estiver com Lara em meus braços, adaptada à nova realidade de vida, conhecendo os prazeres e desesperos que a maternidade envolve... Enfim, é um processo, não é imediato, não é mágico, mas minha conclusão é que é muito bom e toda mulher deveria passar por essa experiência, exceto as que definitivamente não têm essa vontade, o que acho muito respeitável.

Tudo indica que Lara nascerá no próximo sábado, dia 01/09. Estou tranquila, o quartinho está pronto, provavelmente só postarei as fotos depois que ela já tiver nascido, mas está tudo certo e estou em paz para receber minha filhota e entender o que vai acontecer na minha vida com um bebê dependendo totalmente de mim. É assutador e empolgante ao mesmo tempo! Às vezes, choro e quero adiar essa mudança... Outras vezes, quero que ela venha logo e que comece a nova vida. São sentimentos conflitantes mas a sensação final é sempre muito boa, eu garanto.

Bjs

3 comentários:

  1. Em tão pouco tempo e quanta mudança em nossa vida, nosso corpo, sensações e humor então!

    A primeira descoberta que vc comenta eu senti isso na gravidez da Rafa, ter um filho no ventre não significa q a gente ame logo de cara, o amor vem com o tempo de gestação...
    Mas na segunda gestação eu já amei logo de cara, acho que o amor de mãe já está forte em nossa vida e a gente já ama até quando é apenas um grãozinho de feijão.

    É amiga, está pertinho e eu desejo que você tenha uma boa hora e a Lara nasce vendendo saúde!

    Bjksss

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  2. nossa amei o seu blog.... tudo que você disse é o que acontece comigo.... estou com 27 semanas e não vejo a hora de chegar no finalzinhooo..... mas é uma experiência que não existe igual.... adorei seus textos... muito bom....

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  3. No meu caso, a questão do medo do parto só surgiu quando deparei com a enorme barriga e penso e agora, como essa criança deste tamanho vai passar na minha vagina,daí o pânico. ..tbem não amei mais o meu esposo. ..

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